Do que aprendi...

>> 30 de março de 2011

A coisa funciona mais ou menos assim: a pessoa engravida e decide passar os nove meses se preparando e planejando. Torna-se praticamente uma consultora em assuntos maternais. Compra livros e mais livros, faz pesquisas na internet, participa de fóruns e considera saber teoricamente o mínimo que vai precisar para começar a doce aventura da maternidade: amamentação, rotina, sono, cólicas, choro, comportamento, educação.

Daí nasce um pacotinho de 3.5 kg e não demora muito para perceber que é preciso sabedoria para reter só o essencial de tudo aquilo que estudou. Porque no fim das contas, o pacotinho é uma pessoinha, um indivíduo. Único, especial e que não segue fórmulas. E no fim, tudo o que uma mãe precisa é de se tornar especialista no seu próprio filho. Simples? Muito! Fácil? De jeito nenhum! Mas garanto que no fim vale a pena...

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E lá se foi o inverno!

Foi lindo, mais fácil do que esperávamos, mas já deu, né? Temos tido temperaturas bem mais amenas nos últimos dias, com máximas de até uns 8 graus. Ótimo! É uma delícia ouvir os pássaros cantando novamente, ver gente andando de bicicleta na rua (eu não arriscaria ainda, mas aqui é bem normal), ver os supermercados vendendo itens de jardinagem! A neve já derreteu quase toda e acho que não teremos mais nevascas daqui para frente. Os dias estão ficando mais longos e há vários festivais programados por aqui. O começo da primavera marca também uma fase em que consigo sair mais de casa com a Isabella e ver a vida lá fora. Eu meio que hibernei com ela por aqui durante essas primeiras semanas, e agora aos poucos vou me arriscando a passeios mais longos.

Por falar nela, Isabella está bem sorridente e faz muitos barulhinhos engraçados. Cada dia é uma descoberta diferente e agora parece que finalmente o chororô sem explicação começa a diminuir. Papai ainda reclama que está surdo de um dos ouvidos porque o poder berrador da menina é mesmo uma coisa impressionante. Do meu lado acho que já estou me acostumando e interpreto melhor os seus sinais: de sono, de fome, de dor, de chatura cansaço... E o segredo é agir antes que ela ligue o choro na máxima potência. Paz no lar!

Minha mãe foi embora na sexta passada e foi tão ruim! Ela passou quase dois meses aqui e me deu uma força enorme: aguentou minhas crises de choro (se Isabella pode, por que eu não?), me ajudou com a casa e deu muito colo e carinho para nós duas. Ela deu tanto colo para as cólicas da Isabella que agora a minha menininha só quer dormir no braço durante o dia... E aí não faço mais nada, né? Estamos aqui tentando nos entender, e entre colo, braço e berço durante as sonecas vão se passando os dias. A exceção é a cadeirinha do carro. Se na primeira vez ela chorou descontroladamente por ter que ficar amarradinha lá, agora parece gostar e dorme em instantes com o carro em movimento. Oba! Passeios garantidos!

Eu realmente gostaria de passar mais tempo postando aqui, porque tenho muita coisa para compartilhar, mas ainda estou me ajustando a nossa nova rotina e não é exatamente fácil. Para não dizer que não deixei nenhuma dica, aqui em Gatineau, se houver qualquer emergência pediátrica, o lugar para ir é o CHEO em Ottawa, um hospital referência em pediatria no Canadá. O tempo de espera é curto e o atendimento excelente. Se precisar de algum especialista infantil, lá também é o lugar. Não é preciso pagar nada, mesmo sendo em outra província. Isabella precisou fazer um exame lá e ficamos impressionados com a estrutura do hospital. Então o resumo é o seguinte: quando o assunto é saúde, tudo pode ser bem complicado para adultos, mas as crianças estão garantidas. Ufa!

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Quando sento na frente do computador, estou assim: se leio, não escrevo, se escrevo não respondo comentários. Uma vergonha, eu sei. Por isso estou pensando em responder os comentários no próprio blog, acho que seria mais rápido e não passaria por mal-educada. Mas será que alguém voltaria para ver as respostas?

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Coisas do Canadá

>> 16 de março de 2011

Acho que eu devo ter passado muito tempo fechada em casa com a Isabella, porque agora que arrisquei a colocar meus pezinhos para fora, andei reparando em umas coisinhas...


- Por que aqui tem tantos carros sedans, daqueles enoooormes, só com duas portas? Nem falo de carros esportivos não, mas daquelas banheironas... Sou só eu ou mais alguém acha estranhíssimo olhar um Accord lindão só com duas portas?
- Ainda no assunto carros, por que os carros sedans não têm limpadores traseiros de para-brisa? E por que quase não usam película nos vidros?
- Estamos em março e é impressionante a quantidade de casas que ainda ostentam decoração de Natal. Acho que aqui todo mundo deve ficar num esquema de semi-hibernação e o Natal só acaba quando a neve vai embora...
- Já repararam que nas escadas rolantes as pessoas que não estão com pressa para subir tendem a ficar do mesmo lado para liberar passagem para quem precisa? Fofo!
- Agora que o carrinho de bebê da Bebella começa a ser usado, parece que Gatineau foi inundada por bebês e seus carrinhos. Aqui sempre teve toda essa população infantil ou só agora é que comecei a reparar nisso porque meu foco mudou? Ah, e carrinho de bebê aqui é porta-treco também. Onde vocês acham que vão parar o mundo de casacos e sacolas de compras?
- Aqui nunca vi vagas de estacionamento reservadas aos idosos, mas às vezes vejo vagas para gestantes em alguns shoppings e supermercados, vagas para famílias com crianças (Ikea, por exemplo), e uma categoria que conquistou meu coração: vaga para gestantes e novas mamães (St. Laurent Centre). Até quando posso ser  considerada nova mamãe, hein?
- Com tantos imigrantes neste país, o assunto alimentação aqui é uma festa de variedade em cores, sabores e opções. Isso é maravilhoso! Mas por que é que em um lugar com representantes alimentícios do mundo todo é tão difícil achar farinha láctea? E pior, porque é impossível encontrar yakult?
- Desde a gestação andei modificando alguns hábitos de consumo e estou dando preferência a artigos orgânicos na alimentação e menos tóxicos para a limpeza da casa, além de ficar de olho na segurança dos produtos. Mudar os hábitos aqui é bem mais fácil, já que os preços não são um fator impeditivo e há muitas opções para escolhas mais conscientes. Por isso fiquei toda feliz com a descoberta do SafeMama. Vale uma (ou várias) visitas, principalmente na parte de resources.

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Sobre o último post, agradeço quem deixou um comentário sobre o blog. Este espaço me permitiu fazer boas amizades (virtuais ou não), organizar minhas idéias e registrar minhas pesquisas. Por isso, vou continuar escrevendo sim, sobre o Canadá, sobre maternidade, sobre minha profissão e o que mais for acontecendo. Afinal, é o que diz aí em cima: "um pouco sobre tudo e tudo sobre nada" certo?

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Update: vale a pena ler as dicas nos comentários! Parece que não vou ficar sem yakult afinal...

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Notícias aleatórias

>> 9 de março de 2011

- Isabella amanhã completa um mês. Nem dá para acreditar! Parece que o tempo voou quando penso que a memória do parto e da saída do hospital continuam bastante vívidas. Mas também parece que o tempo passou muito lentamente quando penso o tanto que já aprendemos e crescemos juntas nessas quatro semanas. Os dias não são sempre necessariamente fáceis e a privação de sono é realmente muito ruim para uma dorminhoca convicta como eu, mas olhar nos seus olhinhos e sentir seu cheirinho me ajudam a recarregar as baterias a cada dia.

- Por tudo isso, como era de se esperar, tempo é artigo raro aqui em casa nos últimos dias. Sim, apesar de soar clichê, recém nascidos dão trabalho e mudam a vida de qualquer um, principalmente para pais de primeira viagem. Onde falta tempo, sobra sono e tento aproveitar cada brecha para dormir um pouquinho, por isso ando totalmente por fora das novidades internéticas, do processo de imigração, e dos blogs amigos. Quando consigo olhar alguma coisa acabo não comentando por conta da pressa. Mas imagino que as coisas entrem em algo próximo de um equilíbrio daqui um tempo. Ou não!

- Ainda batendo na mesma tecla da falta de tempo, hoje me lembrei que não consegui avisar a todos os amigos no Brasil sobre a chegada da Bebella. Sabe aquelas pessoas fora dos facebooks, rede de e-mails, skype, twitter e coisas assim? Pois é, essas não receberam um telefonema, uma carta, nada... Fica muito feio anunciar um mês depois? 

- Dentre as mil e uma coisas que já passaram pela minha cabeça levemente insana nos últimos dias, destaco dois fatos: nunca mais olhei para uma criança do mesmo jeito e nunca mais olhei para a minha própria mãe do mesmo jeito...

- Não tinha nenhuma reclamação sobre o inverno até perceber que, com esse clima, não consigo nem dar uma volta na rua com minha filha recém-nascida no carrinho. Agora sim, quero muito que a primavera chegue logo!

- Já tem um tempinho que tenho pensado qual será o rumo do blog de agora em diante. Já vamos para oito meses de Canadá e conforme o tempo vai passando, não ando mais pesquisando sobre o processo de imigração como fazia quando estava no Brasil. Isso porque os interesses mudam e hoje meu foco é a nossa integração aqui, minha recente maternidade e meu futuro profissional. Quero continuar registrando as curiosidades do lado de cá e refletindo sobre todas essas mudanças, mas não quero mais ter o compromisso de ficar dando em primeira mão notícias sobre imigração e visto. Será que o blog vai ter os mesmos leitores? Não sei, mas este sempre foi um espaço bem pessoal e acho que deve continuar refletindo a realidade que estou vivendo...

- Tenho a impressão que este post ficou um pouco desconexo e provavelmente meio disléxico. Mas se eu for esperar minha cabeça funcionar normalmente para revisar tudo, provavelmente o texto vai ficar como rascunho durante um bom tempo... Então vai como está, pelo menos mantenho o blog no ar. Peço paciência e espero voltar ao normal em mais algumas semanas!

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Impressões sobre o pré-natal e parto em Gatineau

>> 1 de março de 2011

Pré-natal
Já falei um pouco sobre o pré-natal aqui, mas para fechar, fiquei muito satisfeita com a minha médica e com todo o atendimento. Ela foi bastante atenciosa, esclarecia todas as nossas dúvidas, não tinha pressa durante as consultas, era positiva, bem-humorada e segura. Só que acho que deveriam fazer mais ecografias no final da gestação. Aqui parto normal é regra e quase não há cesáreas eletivas e por isso eles vão levando para ver no que dá, mas de qualquer forma, gostaria de ter verificado como estavam as coisas na última semana. Eu até faria um exame, mas seria na próxima consulta e ela nasceu antes...

Parto
- O hospital de Gatineau é muito bem preparado, mas esqueçam aquele conceito de maternidade-hotel que existe no Brasil. Os equipamentos são novos, a equipe é educada e prestativa, o hospital tem uma excelente estrutura física, mas tudo é bem simples. Quando chegamos somos são feitos alguns exames na mãe e no bebê e depois vamos para a sala de parto, que tem uma boa preparação para parto humanizado: chuveiro, banheira, música se quisermos, bola, a iluminação pode ser diminuída, e uma enfermeira fica lá o tempo inteiro. A minha chamava-se Caroline e foi um anjo no meio daquele aperto todo. O médico vai e vem toda hora para acompanhar o que está acontecendo.
- No centro cirúrgico, o pai não pode assistir a cirurgia propriamente dita, nem filmar ou fotografar. Ele só entra depois que o corte é feito e confirma-se que tudo está bem. Depois ele fica com a mulher atrás do campo cirúrgico. Acho que deve ser o medo do pai passar mal e precisarem acudir às pressas...
- Durante a cesárea, mais uma vez a equipe foi bastante atenciosa. Eu devia estar com uma leve cara de pânico, já que tenho um medão de cirurgias, mas todos tentaram me tranquilizar bastante e explicar todo o processo.
- Depois do parto a mãe e  bebê ficam no hospital por no mínimo 48h (parto normal) ou 72h (cesárea). As acomodações podem ser semi-privadas (um quarto para duas mães) ou privadas (individuais). Para ficar nos quartos privados paga-se por isso, ou dependendo do empregador dos pais, o plano de saúde da empresa pode cobrir essa parte.
- A equipe de enfermagem merece os parabéns. Estão sempre oferecendo ajuda sobre amamentação, aconselhando e esclarecendo as dúvidas, que são muitas para as mamães de primeira viagem. Pediatras e obstetras avaliam mãe e bebê diariamente, como é de praxe.
- No quarto há um armário com todos os artigos essenciais para os primeiros dias: fraldas para o bebê, absorventes pós-parto, protetores de seio, vaselina para a troca de fraldas, cotonetes, termômetro, mantas, toalhas. O bebê não é separado da mãe em nenhum momento, e só vão para o berçário aqueles que precisam de cuidados especiais.

Pós-parto
Entre uma semana e dez dias após o parto há uma consulta de acompanhamento para o bebê, que no meu caso foi feita com a médica do pré-natal, e daqui dois meses tenho uma consulta final com ela por conta da cesárea. Além disso, quando temos alta, recebemos uma ligação de uma das enfermeiras do CLSC para avaliar como vão indo mãe e bebê. Ela oferece uma visita à família, e durante a visita pesa a criança, avalia seu estado geral e entrevista pai e mãe para saber a quantas anda a estrutura familiar. Se houver necessidade de outras visitas posteriores ela agenda também. Nessa visita recebemos bastante material sobre amamentação, desenvolvimento infantil, alimentação depois dos seis meses, recuperação do parto, exercícios para a mulher e orientações sobre o sistema de saúde aqui. A primeira consulta oficial com o pediatra é feita aos dois meses, e a primeira vacina também é dada nesta data.


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Ufa! Comecei a escrever esse post desde ontem cedo, mas só hoje deu para terminar. Tinha que aproveitar para escrever enquanto tudo ainda está fresco na cabeça...

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Calendário do mês ::::: Março


Há dezenove dias, minha vida mudou por completo com a chegada da Isabella e cada dia agora é uma novidade. Mesmo apressada e sem tempo para o blog, não podia deixar de publicar um calendário para o meu primeiro mês de março como mãe. Vem chegando a primavera!

Trabalho do Corporate 3 Design, via Smashing Magazine, com download disponível aqui.

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