Vida de Amélia
>> 27 de abril de 2011
Costumo dizer que o Canadá é a terra do "se vira" e do "bring it on". Os canandenses adoram resolver as coisas sozinhos e não gostam de pagar por serviços (até porque são caros para burro). Para brasileiros acostumados a uma cultura em que produtos são caros e serviços são muito baratos, aqui tudo é o contrário. Ainda bem! Só que isso significa que, se tem alguma coisa para resolver em casa, nada de chamar o encanador, eletricista, pedreiro... Faça você mesmo! A máxima também vale para serviços de diarista e babás. A vantagem é que executar serviços aqui é bem mais fácil que no Brasil: há produtos para todo o tipo de serviço e a faxina é mais simples, só é preciso um pouquinho de prática e aprendizado.
Seguindo essa linha, essa recente mamãe tem que dar conta da filhota, do Pavvy e da casa, e quando o emprego vier, vou ter que acrescentar mais uma função à lista. E como é que faz para uma pessoa ligeiramente fanática por organização dar conta de tudo? Não dá. Daí é hora respirar fundo, dizer Woooooosah e pensar o que é mais importante: uma casa de capa de revista ou a paz no lar? Acho que é mais sábio ficar com a segunda opção... Então eu tenho arrumado as coisas por aqui do jeito que dá. Vejam lá, não estou dizendo que nada aqui esteja sujo, mas acontece que o modelo que tínhamos no Brasil de faxinas diárias é inviável por aqui, então é preciso fazer concessões. E assim sigo tentando equilibrar todas as funções e não ficar de cabeça branca. Mas se puder dar um conselho para quem pensa em mudar para as bandas de cá, digo para acertarem esses detalhes ANTES de virem. Então, atenção mulherada, para quem vem com o marido, batam um papo básico sobre divisão de tarefas! No Brasil temos uma cultura bem machista e dificilmente os homens topam ajudar em casa, por isso, entendam que isso faz parte das mudanças que o pacote imigração trará. No modelo familiar daqui todos têm responsabilidades dentro de casa então é melhor já ir discutindo o assunto para não ter problemas depois.
Apesar do meu tom de protesto e desabafo, preciso ser justa e dizer que devagar e sempre o marido aqui está mudando (ou pelo menos tentando) e espero que daqui algum tempo as coisas estejam melhor divididas... Quem sabe?